Página não oficial do Concelho de Castanheira de Pera
Quinta-feira, 23 de Julho de 2009
04 de Julho de 2009 - Discurso do Sr Presidente da Câmara Municipal De Castanheira de Pera, Dr Fernando Lopes

(Discurso do Sr Presidente da Câmara Municipal De Castanheira de Pera, Dr Fernando Lopes – Esta anotação é da nossa responsabilidade)   

 

SESSÃO SOLENE

95º ANIVERSÁRIO DA ELEVAÇÃO A CONCELHO

CASTANHEIRA DE PERA, 4 DE JULHO DE 2009

 

Inicio esta minha intervenção com uma palavra de especial apreço e agradecimento a todos vós pela honra que sentimos ao nos distinguirem com a vossa presença nesta sessão solene comemorativa do 95º aniversário do concelho. Presença que é ilustrativa e incute um especial significado de solidariedade e amizade.

Apresento cumprimentos de boas vindas e saúdo Sua Excelência o Governador Civil do Distrito de Leiria, aproveitando também para manifestar o nosso agradecimento, sentido, pelo facto de se ter dignado presidir a esta cerimónia comemorativa. É para nós, uma vez mais, um enorme privilégio poder receber V.ª Ex.ª no Salão Nobre desta Câmara Municipal e em data tão significativa para o nosso concelho.

Saúdo ainda, de forma muito calorosa, a Associação das Casas Regionais em Lisboa aqui representada por uma delegação composta por vários elementos de várias casas concelhias.

Uma palavra de estímulo, reconhecimento e apreço pelo trabalho desenvolvido em prol do regionalismo.

Sejam pois, bem-vindos a Castanheira de Pera e faço votos para que este dia venha a ocupar lugar privilegiado na vossa memória.

Cabe aqui, também, uma palavra de gratidão e reconhecimento à Casa do Concelho de Castanheira de Pera pelo trabalho desenvolvido.

A todos o nosso mais sincero agradecimento.

Castanheira de Pera comemora hoje o seu 95º aniversário, uma data importante e de referência para o nosso concelho. Um dia propício a reflectirmos sobre o presente, conscientes que o mais importante é prepararmos o futuro mas sem, contudo, esquecer o passado.

Vem pois, a propósito recordar todos os castanheirenses passados e presentes que se dedicaram à causa pública e ao concelho. Por tudo o que fizeram em prol da comunidade, presto-lhes a merecida homenagem recordando-os com respeito e admiração pelos seus feitos.

Assumamos pois, este momento de comemoração como um momento de capital importância, que deve suscitar participação de todos, contribuir para uma reflexão sobre os desafios que se nos colocam nos próximos anos e que, não só, nos habilite a formar um olhar sobre o futuro, mas também se assuma como um momento privilegiado de incentivo e passagem de testemunho para as gerações mais novas.

Assumamos este momento de comemoração como um momento privilegiado de reforço de unidade concelhia e afirmação da continuidade enquanto unidade territorial e institucional.

Mas assumamos, também, este momento de comemoração como um momento singular para olharmos para nós com honestidade, verdade e consciência.

 É esta a melhor homenagem que se pode fazer a todos aqueles que, ao longo dos tempos, deram o seu contributo para acontecer Castanheira.

É esta a forma mais objectiva de ligarmos o passado com o futuro e expressarmos nossa admiração pelos homens que, em 1914, deram início a esta caminhada a que nós, modestamente, damos continuidade.

Minhas senhoras e meus senhores,

Para além da reflexão que estes dias sempre implicam, não nos parece muito próprio enumerar todas as obras feitas ou sequer aquelas que gostaríamos de ter realizado.

Temos, no entanto, plena consciência que nem tudo tem corrido da forma como mais gostaríamos, de que não foi possível fazer tudo, mas também temos consciência de que, em alguns casos, superámos em muito aquilo a que nos propusemos.

Não podemos fazer esta avaliação tendo apenas em linha de conta a obra física. Temos que falar das pessoas, da educação, da inclusão social, da cultura, da satisfação das necessidades básicas e também dos interesses regionais.

Neste domínio, esquecendo o limite estreito das nossas fronteiras municipais, é nossa obrigação lembrar as lutas travadas em favor de uma região mais coesa e mais solidária, em defesa das aspirações da região do Pinhal Interior Norte e das suas aspirações em termos de acessibilidades que, ainda que justas e merecidas, começam a ser postas em causa por meras opções de política partidária, duvidosas.

É pois, o momento indicado para, perdoem-me o termo, convidar todos os colegas autarcas da região, fazendo tábua rasa das divergências partidárias nacionais, a solidarizarem-se connosco na defesa, intransigente, das nossas populações. É um direito, mas, sobretudo, um dever.

Porém, apesar da situação de crise que o país e o concelho atravessam e da contenção orçamental que nos foi imposta, levando-nos a estabelecer, com rigor, prioridades nas acções a executar, sempre diremos que conseguimos atingir um nível de execução dos nossos projectos bastante satisfatório, ao qual não foram alheios o empenho, o rigor, a dedicação e o trabalho de todos. Naturalmente, motivo de regozijo mas que não deve iludir o muito que há ainda para fazer, o que ainda precisa de mudança ou o que correu menos bem.

Minhas senhoras e meus senhores,

Colocando sempre as pessoas na linha da frente das nossas preocupações, elegemos a qualidade de vida e a promoção da auto-estima de todos os cidadãos como razão primeira da nossa acção. Pensamos, aliás, ser essa, entre outras, uma das principais obrigações subjacentes a qualquer executivo municipal.

Numa atitude construtiva, valorizámos sempre o pensamento positivo, considerando até, em muitas circunstâncias, ser este mais válido e mobilizador do que a mais actual das teorias ou ideologia políticas. Vem a propósito lembrar aqui a máxima romana “honesta te ipsum” - respeita-te a ti mesmo, muito utilizada para valorizar e promover a condição humana.

Promover a auto-estima, dizer bem da nossa terra e da nossa gente, poderá, assim, ganhar uma força mobilizadora que nos catapulta para a frente e ajuda a vencer obstáculos.

Mais do que apontar erros é preciso lutar por caminhos!...

Contudo, há caminhos que só conseguiremos percorrer se soubermos fazer ouvidos surdos aos que, de forma acéfala, só sabem dizer mal e criticar, que utilizam um boato feito de malevolência e perseguição pessoal.

Porém, continuamos disponíveis, como sempre estivemos, assumindo até a obrigação de escutar as críticas justas e construtivas que nos fazem.

Temos consciência que há muitos problemas por resolver, mas nem por isso lhes temos virado as costas.

Também sabemos que não fizemos tudo, nem tudo bem, assumamo-lo. Mas, atendendo aos recursos e ao momento, agimos o melhor que sabíamos e podíamos. Pensamos, mesmo, que qualquer espírito esclarecido e honesto tem obrigação de ver o esforço e reconhecê-lo.

Delinear uma estratégia de desenvolvimento visando o futuro, de forma a que os jovens pudessem participar, activamente, e dar o seu contributo, esteve sempre nos nossos horizontes.

E foi com base neste pressuposto que definimos, entre outras, prioridades na planificação da rede escolar, nas infra-estruturas desportivas, na qualificação urbana e na valorização da auto-estima.

Pela sua influência directa no dia a dia dos cidadãos, pela importância estratégica que se pretende atingir, pelo referencial de mudança que assumem ao nível da qualidade e excelência do espaço, merecem-nos hoje uma atenção especial um conjunto de intervenções que, além de contribuírem para promover a auto-estima muito nos orgulham.

A actividade física e desportiva enquanto vector da melhoria da qualidade de vida das populações, constituiu sempre um objectivo estratégico deste executivo.

Nesse âmbito e atendendo ao facto de se ter verificado uma significativa melhoria das condições para a prática desportiva no nosso concelho, merecem-nos particular referência o arrelvamento do Estádio de Futebol e a construção do Mini-campo de Jogos do Fórum Activo.

O primeiro, já em funcionamento há um bom par de meses, que pela qualidade da sua execução mereceu a “Certificação FIFA duas estrelas”, o mais alto galardão atribuído para relvados sintéticos, que atesta uma qualidade superior e que hoje, nesta sessão solene, nos vai ser entregue pelo consórcio construtor.

Felicitando-a, deixo aqui uma palavra de agradecimento mas também de incentivo.

O segundo, que hoje inauguramos, porque constituindo uma nova valência desportiva, muito contribui para a melhoria da prática desportiva em espaço urbano.

Através de uma parceria entre o Instituto do Desporto de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol e o Município de Castanheira de Pera, foi possível, num curto espaço de tempo, criar condições apropriadas e de segurança, não só para estimular a prática desportiva, mas também torná-la mais acessível a todos.

Fruto de uma parceria activa, assente nos mais elevados princípios da solidariedade institucional e respeito mútuo, estabelecida entre a Freguesia de Castanheira de Pera e Câmara Municipal, tem sido possível levar a cabo várias intervenções no âmbito da qualificação do espaço urbano. É disso exemplo o arranjo urbanístico da entrada sul do Parque Azul, que hoje se inaugura, ao qual, por deliberação camarária, foi decidido dar o nome de Praceta 15 de Novembro.

Entendemos, assim, ter, desta forma, feito justiça e assinalar a nossa génese administrativa com a data da fundação da freguesia.

Aproveito para, em nome da Câmara Municipal e em meu nome pessoal agradecer, felicitar pelo trabalho desenvolvido e apresentar cumprimentos ao presidente da Freguesia o Sr. João Rodrigues Antunes, com quem, sempre, soubemos unir esforços tendo em conta o superior interesse de Castanheira de Pera.

Indiscutível exemplo das opções que, sem hesitações, assumimos no início do nosso mandato é também o novo Jardim de Infância de Castanheira de Pera.

Entendemos que o dia de hoje constitui um marco importante para o concelho que passa a dispor, agora sim, de um novo estabelecimento de ensino pré-escolar, dotado de condições adequadas às exigências dos tempos modernos e que em tudo contrasta com o anterior.

Assumamos, sem tibiezas, que já tardava. Foram 24 anos de condições provisórias, desajustadas, quiçá de espera angustiante.

Numa atitude de humildade, reconhecimento e da mais elementar justiça, convidámos as crianças em idade pré-escolar para procederem à sua inauguração.

É um espaço que, por direito próprio, é delas e para elas, é o espaço onde, por direito próprio, elas vão aprender a vida, única e irrepetível.

Um espaço em que a infância não pára de brincar!...

É pois, com particular satisfação que, em nome da coerência, fazemos justiça e proporcionamos maior igualdade de oportunidades às nossas crianças.

Agradecer a capacidade de tolerância e paciência de todos os pais e encarregados de educação é, também, palavra que se impõe, atitude que nos dignifica tanto como o orgulho que sentimos pela obra feita. Muitos deles já tiveram aquele espaço como escola e, tal como hoje, já nesse tempo não reunia as condições adequadas.

Agradecimentos também extensivos a todo o pessoal docente e não docente pela atitude compreensiva e colaborante com que sempre nos distinguiram.

Porém, não seria correcto, nem tão pouco justo, esquecer aqueles que, dia a dia, ombreiam connosco esta tarefa colectiva. Refiro-me a todos os colaboradores/funcionários da autarquia que, de forma directa ou indirecta, sempre souberam corresponder às solicitações, por mais exigentes que possam ter sido. Ainda que possa parecer pouco, o nosso mais sincero obrigado.

Minhas senhoras e Meus senhores,

Castanheira de Pera enfrenta hoje importantes e decisivos desafios que importa vencer.

Conseguir uma participação efectiva dos munícipes na gestão dos interesses do concelho é pois, tarefa prioritária da qual não devemos abdicar.

Urge pois, apostar na formação dos cidadãos incutindo-lhes sentido da responsabilidade.

É o tempo da transformação, mas também o tempo da oportunidade e da consciencialização.

É um tempo que não se compadece com preguiça ou dependência sistemática.

É o tempo de nos prepararmos, decisivamente, para o futuro, um futuro gerador de oportunidades potenciadoras de iniciativas inovadoras e criativas. Ideia, aliás, bem espelhada no pensamento Nietzsche:

“É preciso navegar. Deixando atrás as terras e os portos dos nossos pais e avós, nossos navios têm de buscar a terra dos nossos filhos e netos, ainda não vista, desconhecida”.

Não conhecemos o futuro mas sabemos, exactamente, onde começa.

Não conhecemos o futuro mas sabemos que podemos influenciá-lo.

Não conhecemos o futuro mas todos lutamos por um melhor.

É, precisamente, por isso mesmo que pensar Castanheira jamais poderá significar crepitar lágrimas. Ao invés, deverá significar festejar amanhãs, árvores frondosas com raízes profundas que ajudámos a plantar e que dia a dia regamos com jorros de esperança.

É, precisamente, por isso que é necessário comemorar Castanheira com a coragem de afrontar os seus problemas e com a convicção de que, unidos, temos a capacidade de ultrapassar as dificuldades que se nos deparam.

A Castanheira que queremos comemorar deve ser aquela em que ninguém espera que as coisas mudem por si, mas onde todos devem sentir como dever seu melhorar a sociedade em que se inserem.

É esse o exemplo dos homens e mulheres que, há 95 anos, tudo fizeram para que Castanheira nascesse como concelho.

É, também, à sua coragem que hoje prestamos homenagem.

VIVA CASTANHEIRA DE PERA!...



publicado por Filipe Lopo às 09:00
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