DISCURSO DO SR. PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL
“Porque amanhã, depois da madrugada, o Sol vai voltar a nascer”!...
“25 de Abril 2007
São já passados 33 anos!...
Neste mesmo dia e a esta mesma hora, escreviam-se as primeiras linhas de uma das mais importantes páginas da história do Portugal contemporâneo.
Neste mesmo dia e a esta mesma hora, jorrava da fonte da utopia um leve fio de esperança, que com o passar do tempo foi engrossando até se tornar certeza. A certeza de um início de dia inteiro e limpo que contribuiu, decisivamente, para a construção de um país, assumindo-se como marco inapagável da nossa história secular.
E para quem viveu, intensamente, esses raros e exaltantes momentos torna-se irreprimível a vontade de revisitar esse passado, de retornar a essa madrugada por muitos esperada e a tudo quanto dela brotou!...
Regressar ao 25 de Abril de 1974 deixará, então, de ser apenas uma tentação mas deverá assumir-se, sobretudo, como uma obrigação.
Se, por um lado, esse regresso nos vai permitir recordar alguns dos momentos mais marcantes desse período superior da construção da democracia portuguesa, não devemos, por outro, deixar que o tempo apague da nossa memória o exemplo de todos aqueles militares que contribuíram para o acontecer da alvorada do nosso rejuvenescimento cívico e cultural, bem como de todos aqueles Homens e Mulheres que, ao longo de anos a fio, lutaram, corajosamente, pela Liberdade, assumindo as consequências de tamanha ousadia.
Prestemos-lhe, pois, a nossa, sempre merecida, homenagem!...
Não me parece descabido de todo que evoquemos aqui também, com gratidão, todos aqueles que, ao longo dos últimos 33 anos, se empenharam na defesa e consolidação da democracia, bem como no seu aprofundamento qualitativo.
Minhas senhoras e meus senhores:
Abril não deve ser visto, apenas, como um momento de comemoração. Deve, isso sim, dar-se um sentido útil à evocação desta data maior da nossa história, enquanto marco de liberdade que eleva o homem à sua inteira dignidade.
E a melhor forma de cumprir esse objectivo e dar a estas comemorações a importância que elas merecem e assumem para o nosso futuro colectivo, passa, necessariamente, por aproveitar este momento para promover uma reflexão séria sobre o cumprimento que, ano após ano, temos dado aos objectivos de Abril.
Não esqueçamos que Abril constitui, mais do que nunca, um desafio que a todos deve convocar: contribuir para a qualidade da nossa democracia.
Vivemos uma época de extraordinárias mudanças, uma época em que tudo muda a uma velocidade vertiginosa, uma época em que se torna urgente responder à permanente desactualização de quase tudo.
Assumamos com coragem que a evolução que a nossa sociedade tem sofrido, particularmente nos últimos anos, tem sido responsável pelo atropelo de alguns dos valores legitimados pelas conquistas de Abril.
A sociedade evoluiu no sentido de um certo individualismo e de algum desprezo pelo interesse colectivo. Instalou-se o comodismo e um certo facilitismo…
Urge, pois, reinventar o 25 de Abril…
Não basta evocá-lo, é necessário redescobrir esse movimento aglutinador, de ter a capacidade de usar de novo as armas que a Democracia colocou ao alcance dos cidadãos, de usar a Liberdade como energia mobilizadora. Colocar de novo a utopia na ordem do dia!...
Minhas senhoras e meus senhores:
Tenhamos consciência que Democracia e Liberdade são valores que nunca estão plenamente conseguidos, é necessário actualizá-los em cada dia que passa…
Trinta e três anos depois do 25 de Abril este é um desafio essencial, um desafio de maturidade, de exigência e de responsabilidade. Um exercício de prática diária.
A Democracia reforça-se quando os cidadãos participam, quando os governantes decidem, quando os autarcas realizam, quando o poder é exercido com convicção e sem arrogância, quando as convergências se procuram com vontade e com seriedade, quando as divergências são assumidas com respeito, elevação e sentido de responsabilidade.
A Liberdade defende-se quando temos a capacidade de respeitar os direitos dos outros, quando temos a capacidade de assumir as diferenças políticas ou de opinião como um salutar exercício de convivência e de pluralismo, quando temos a capacidade de continuar Abril.
Mas para podermos continuar Abril não poderemos dissociá-lo da ideia de Desenvolvimento, porque foi a Revolução que abriu as portas para esta caminhada.
Seria, deveras, injusto falar de Desenvolvimento sem falar de Poder Local Democrático, enquanto um dos maiores legados que o 25 de Abril nos deixou. São conceitos que se confundem…
Não podemos, pois, deixar de afirmar que viver Abril no nosso concelho significa homenagear todos os obreiros do progresso e construtores do desenvolvimento, um povo trabalhador, de fortes convicções e de raízes democráticas, é dar a voz e a vez aos homens, mulheres e jovens que, colectivamente têm construído este concelho e do qual se devem orgulhar.
Mas se esta data é apropriada para celebrarmos todas as conquistas de Abril que contribuíram para o nosso desenvolvimento, é também o momento certo para, com frontalidade, falarmos do muito que há ainda para fazer e, por força de uma conjuntura desfavorável, das dificuldades que se nos colocam.
Já atravessámos períodos bem difíceis ao longo da nossa história colectiva e perante todos eles soubemos olhar de frente e em frente e vencer. Soubemos sempre vencer as adversidades e não nos deixámos derrotar pelos obstáculos que temos pela frente.
Temos, pois, uma longa tradição a nosso favor…
Porque o futuro não pode esperar, é em torno dessa ideia que nos devemos unir, animar e mobilizar.
Porque só acreditando em nós e nas nossas capacidades nos conseguiremos afirmar, é com confiança e muito querer que aceitamos o desafio do futuro.
É com esta atitude de confiança que, colectivamente, queremos assumir o compromisso de construir um concelho melhor para o legar às gerações vindouras.
É com esta atitude de confiança que aceitamos continuar Abril assumindo uma tarefa quotidiana que exige o esforço conjunto de todos nós, tendo os jovens como agentes determinantes da mudança de mentalidades e do aperfeiçoamento do regime democrático.
É com esta atitude de confiança que festejamos Abril.
Minhas senhoras e meus senhores:
Festejar Abril é muito mais do que manter a memória. É, sobretudo, aprofundar todos os dias, os valores da liberdade, justiça, igualdade e solidariedade, assentando neles uma intervenção quotidiana para transformar a vida e construir um futuro melhor.
Podemos, convictamente, afirmar que Abril é uma data com passado, com presente e com futuro!...
É, seguramente , uma data com história!...
É e será sempre uma data onde a história terá, sempre, que andar de mãos dadas com o Futuro!...
Abril foi ontem, é hoje e sê-lo-á também amanhã!...
Porque amanhã, depois da madrugada, o Sol vai voltar a nascer!...
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal!”
(Fernando José Pires Lopes)
Filipe Lopo
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